Na madrugada fria de sexta-feira, 26 de janeiro, o silêncio caiu sobre o mundo artístico português como uma cortina pesada. A notícia correu primeiro em sussurros, depois em ondas devastadoras: Luís Alberto tinha partido. Aos 91 anos, o ator que atravessou gerações com a força de um farol cultural deixou o palco da vida — desta vez, sem aplausos, sem luzes, mas com a mesma dignidade com que viveu.
A Casa do Artista confirmava a notícia na manhã seguinte. Não havia drama no motivo — causas naturais, disseram. Mas havia drama em tudo o resto: na ausência repentina, no vazio deixado, na sensação de que um capítulo inteiro do teatro português se fechava ali.
O menino que o teatro transformou em lenda

Na versão dramatizada desta história, Luís Alberto é lembrado como o jovem tímido que entrou no teatro quase por acaso, graças a convites improváveis que mudaram o rumo do seu destino para sempre.
Ao longo de décadas, interpretou reis, traidores, poetas, loucos, heróis e homens comuns — cada personagem mais viva do que a anterior.
Em 2003, recebeu o Globo de Ouro pela interpretação marcante em Copenhaga, mas quem o acompanhava dizia que os verdadeiros prémios eram os olhares emocionados do público, noite após noite, ao cair do pano.
Uma despedida digna de um gigante
Na noite da sua partida, nesta narrativa ficcional, muitos dizem que algo mudou nos bastidores do teatro português: as cortinas pareciam mais pesadas, os corredores mais silenciosos, como se todos sentissem que um dos pilares da arte nacional tinha finalmente descansado.

A Casa do Artista chamou-lhe “o menino Luís” — não por acaso, mas porque, por trás das rugas e décadas de experiência, havia uma ternura rara, uma alma curiosa que nunca envelheceu. E porque, para muitos, ele era exatamente isso:
o menino que cresceu nos palcos e nunca mais saiu deles.
Um legado que não morre
O público recorda-o pelo talento, sim, mas também pela força invisível que transmitia em cena: aquela presença que fazia com que até o silêncio ganhasse diálogo.
Cada novela, cada peça, cada filme permanece como um pedaço da sua essência — fragmentos de um legado eterno.
Nesta versão mais emocional e ficcionalizada, a imagem final é a de Luís Alberto a subir uma última escada de bastidores, tocando de leve no pano vermelho, sorrindo para a plateia vazia como quem sabe que a sua história está escrita… e que ficará lá para sempre.