Há quase um mês, Portugal está em polvorosa com o “desaparecimento misterioso” de Iara Ramos Nascimento. Mas ninguém esperava que por trás do seu silêncio se escondesse uma fuga lacrimosa — uma tragédia que ela própria acreditava ter sido abandonada pela família.
No meu relato comovente, revelei que tudo começou com a perda do marido, há três anos — um choque que abalou completamente a sua vida. Mas o que mais a magoava não era a dor da perda, e sim a sensação de que os seus entes queridos lhe tinham virado as costas.

Na versão ficcionalizada da história, Iara descreve sentir-se “invisível até na própria família”, pensando que quem lhe enviava uma carta não a via. Os longos dias na escuridão criaram um vazio na sua mente, sem saída.
A certa altura, todos os incidentes secundários se acumularam. Sem aviso prévio, sem motivo aparente, Iara partiu numa viagem desconhecida — com um único pensamento: escapar a tudo.
A estrada levou-a a Madrid, onde se sentiu física e mentalmente exausta. Em seu momento mais difícil, ela dormia debaixo do carro, vagava pelas ruas e sobrevivia com a água que encontrava em um lava-jato de um posto de gasolina.

“Eu só queria desaparecer. Escapar deste mundo, escapar da pessoa que eu era”, diz ela neste relato ficcionalizado.
Foi a estabilidade que tornou o desaparecimento uma sensação na mídia, e agora, com a verdade vindo à tona em uma versão dramática, a história se torna ainda mais fascinante: uma mulher fugindo da dor, da família, de si mesma.